sexta-feira, abril 23, 2010

360º

Não quero saber nem quero que me digam!
Cego os olhos, tapo os ouvidos, emudeço só com o uso dos sentidos para encontrar-me finalmente com a minha paz. Não quero saber, não quero ver nem assistir ao espectáculo da primeira fila, desconfio de tudo o que emerge desses holofotes que não me deixam no fim lembrar que foste verdade. Por isso, não quero saber! Preservar o fim de um cigarro lento e demorado. E continuo a imaginar-me tudo, a desejar o mundo, porque nada sou e nada tenho, então posso sê-lo, sempre poderei sê-lo, mesmo sem saber!
Não não quero, nem quero que ela saiba, quando a noite cai e já longa a madrugada, por entre a anestesia dos barulhos da cidade, descortinado pelo alcool e as drogas leves, desfazendo o ópio baço das mesmas noites, que, na tua cabeça voltas sempre até aqui, como quem se insinua à insolência do passado, aos movimentos freneticamente perturbadores do que já não se voltou a ter.
Não me digas, porque eu sei, mas não quero mais saber!

"Quero dançar com outro par, pra variar, amor"

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