segunda-feira, dezembro 18, 2006

O prometido é devido



Custa tanto fechar a porta.
Mesmo quando a cada degrau das escadas sai mais um pulo do coração que rejubila de tanta felicidade. Seja lá o que a felicidade for, ela existe e sabe bem.
Giramos em passos secundários bem baixinho para não acordar o que o destino fez questão de juntar.
Seguramos na palma da mão cada ponte que desenhamos fazendo conhecer o travo doce dos gomos de laranja que colhemos lá no quintal.

Saltamos a imensidão dos olhares que nos colam Avenida abaixo, deixando rolar o 'prometido é devido'.
Conheces-me os olhos e cada madeixa do cabelo, como eu te conheço a pele que respira os ácidos que acendem as juras de amor.
E assim me cruzas a mão, obrigando-me a rodar as pernas num bailado de inverno que deixa a Baixa iluminada.

No fim, deixo a porta cair escapando-me no círculo que construímos.

O corpo, esse, continua a suar o teu calor.

2 comentários:

Anónimo disse...

Só as portas que são trancadas custam a fechar. As tuas - ou as vossas - são portinhas pequeninas de brincar, que apenas se fecham por breves momentos:)
beijinhux***

Princesa* disse...

Lindo!