domingo, setembro 02, 2007

O que foi feito de ti?!

Como eu gostava de te poder dar o mundo se não te tivesses tornado demasiado pequeno dentro dele!!
Anda lá, esforça-te! Não prometas dias felizes se nem tu consegues sê-lo!
Ama-te primeiro!
Cumpre-te a ti mesmo!
Tu, que nem sabias mentir com o olhar ou disfarçar com as palavras!
Já não tens voz para cantar! O teu corpo tornou-se demasiado grande para a tua alma! As tuas mãos desesperadamente inúteis para a tua escrita!
Perdeste os sentidos em troca de caprichos e hoje és escuridão mesmo que o sol te faça raiar a pele!
Tenta! Dá-me uma razão para ainda te olhar! Um motivo para ainda te ver! A ti, cuja luz dos olhos que amaste te iluminavam o caminho e os trilhos por onde passavas. A ti, que as mãos ásperas se desfaziam em toques suaves que nem a manhã conseguia despertar! A ti, que a alma se ouvia a milhas de distância, onde desafiavas o céu mais estrelado com a tua cor, a mais viva!
E agora?! Já nem te vejo a demarcação do rosto ... pálido e ofuscado pelo mundo onde te deixaste sucumbir!
Uma última vez, diz-me! Porque te hei-de recordar se nem tu sabes onde adormeceste?!
Tu, que dizes ter tudo o que queres! (Tretas!)
Nem sabes onde os perdeste, os sonhos..
Não te agarras ao que está à tua volta e fazes disso a tua força.. e sabes porquê?? Porque perdeste tudo no segundo em que te mataste!
Tu! sim tu, que eras sol em madrugadas de tempestade! Que eras fogo em guerras na Antártida!
Tu, que eras o pulsar de cada vinte e quatro horas nos dias de quem te amou...
Mas sem pulsação a gente morre!
E sabes porque não és feliz?!
Porque ousas falar de amor como um Ateu ao falar de Deus!

Anda, esforça-te!
Pára de andar em círculos frenéticos à procura do que só uma vez soubeste dar...

Quando tinhas alma, até no escuro brilhavas!

4 comentários:

.diana.alves. disse...

que texto!!! essa tua ira que demonstras a cada palavra que se digere (a custo) deixa qualquer de boca aberta. está qualquer coisa de muito linda mesmo. Como se outra coisa fosse de esperar:)
Beijoca meu amori*

inocência perdida disse...

Eu pensava k eras so tu que me inspiravas...sera que tambem acontece ao contrário?!?
Beijos da Homónima

Maudlin disse...

Sabes quando constróis o tal castelo? De cada vez que o fazes convidas-me tao rápida como o vento a entrar. Depois insistes na visita guiada, orgulhosa, a cada divisão. Interpelas-me alegre contando a história de cada quadro, de cada tapete. Mostras-me p'la vidraça de que árvore do teu mesclado jardim foram arrancadas as flores que repousam agora nas jarras - brilhantes como cristais invejando os diamantes. No habitual bule branco, de neve, fazes-me um chá de camomila e sentas-te ao meu lado na poltrona que sabes que adoro; e contas-me estórias quase num sussurro, porque dizes em tom de troça que as paredes também nos ouvem.


Sabes quando te revês nas pinceladas de cada quadro, nos passos sobre cada tapete? Quando vês na palidez dos vidros a opacidade da tua própria sombra no chão que os outros também pisam? Quando percebes na magia daquele jardim que as cores te fugiram do olhar, por entre os dedos? Quando te sentes espelhada na jarra de cristal que irradia, fundida, a luz que nao lhe pertence? Quando provas o travo da infusão e, calma, vais-te lembrando qual o sabor do velho beijo? Quando as palavras ao ouvido te penetram directas no peito e te fazem vibrar o tímpano do coração?



Sabes quando te sentes reflectida em cada linha de um livro que lês? Hoje li mais um capítulo do livro da Clara Mafalda. Ela, ela constrói bonitos castelos!
**

Sandro disse...

Espero que essa raiva sirva de despertar... mas que seja um despertar eterno!... terno... teu...
Um beijo