sábado, abril 07, 2007

( I loved you first )

Torna-se cada vez mais insuportável. A casa está a arder e os vidros estalam até lhes tropeçar sem sentido. Um a um rasgam-me a planta do pé enquanto peco mais uma vez.
Insulto-te, rogo-te a pior das pragas, e adormeço a abençoar-te os dias limpando todos os vidros para não te cortares.
Continuo a baloiçar em paredes ensanguentadas enquanto a música cresce lá de fora para me ensurdecer de vez.
Desarmada de emoções culpo-te todas as horas em lágrimas assombrosas. Grito-te cada uma das palavras sem sentido cortando os pulsos mais uma vez.
Começou a chover tão de repente que quase me senti tentada a inundar-me no terraço. Mas o terraço não é mais meu. Não o mesmo onde fomos nós.
Disse tantas coisas feias. Desculpa. Mas não te vou prometer que é a última vez. Eu sei que não vai ser. Vou continuar a quebrar e a odiar-te. A adormecer e a venerar-te. Mas prometo-te, que de todos os meus sentidos, continuo a só ter um, o teu.
Mas a vida não é como nos filmes. E as segundas oportunidades não existem. Hoje vou dar uma primeira a mim. A ti, desculpa. (Talvez numa outra vida ...)
Amar-te, amar-te foi saber que te odiava, rogar-te cada uma das tais pragas, matar-te todos os dias, morrer contigo de novo e mais uma outra vez, e querer-te do jeito que és.



A mim, que não me lembro onde deixei: a doçura.
Parou de chover…

5 comentários:

TP * disse...

q texto mais violento de emoções! tem calma, amor!a vida 'e tao curta para disperdiçarmos tempo com mágoa e raiva! não odeies! n vale a pena! transforma o 'odio em amor! n 'e assim tão dificil!

bjinhoooo pussy ***

Rui Fartura. disse...

e mais uma vez venho aqui e fico preplexo com o que leio, vejo.

um muito bom blog mais uma vez.


aprende a viver a partir do tempo e não o deixes viver por ti.

*

... disse...

nao sao virtuais nem reais. sao inexsistentes. hipoteticos. imaginarios.

-_-"

Ele disse...

Começa a Primavera. Com ela, o Sol...

:-)

Ele

S. disse...

Tu tens sangue eivando-te as palavras, uma violência incontida fazendo com que cada frase se sinta como um murro seco no estômago. Nada em ti deixa indiferente. Toda tu és emoção, és carisma. Gosto desse teu mundo interior, da dualidade, da autenticidade que imprimes nos teus momentos. Gosto de te ler, de aprender contigo, de sorrir porque sei que de toda a raiva que segregas só a ternura tem hora marcada no teu coração.

Também te gosto. [Assim, sem te saber bem.] E já te sabendo, na paixão partilhada dos sentimentos que falam.

Como eu te quero bem.