segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Uma palavra, retribuías?!

Serão os nossos corpos inabaláveis?! Os nossos olhos cegos ou terão sido as nossas confidências suficientemente fortes?!

Houve sempre a noite e o dia. A lua e as estrelas. Os planetas e o sistema solar. O querer e o mais que bem querer.
Do outro lado houve tambem 'aquela' e a 'outra'.
Mas para mim, foste só tu!
Nunca pensei em outros olhos ... Nunca ouvi outras vozes ... Nunca afaguei outros cabelos ...
Nunca as músicas foram tão de alguem, como as tuas. Nunca as palavras tiveram só um sentido, como as que leste em mim. Nunca um corpo precisou de mais nada quando tinha o teu.

Hoje, perco-me no tempo a juntar o puzzle.. A encontrar o sentido roubado, o abraço perdido, a tolerância desencontrada. Quero respostas, certificados longos, palavras sinceras. Quero honestidade, uma vez! Respirar verdade, 100% de verdade! Quero olhar ao espelho sem que ele se parta no passado, onde fui quem tu precisavas e tu, aquele que eu queria.

E quando nada batesse mais certo, julguei que a raiva seria sempre mais forte, os laços sempre mais fracos e a mágoa o motor de arranque para atirar o coração ao ar e os teus dias para fora dos meus. Julguei no fim saber virar as costas, ferir com os meus insultos, fazer mal em dobro. Ser má!
Julguei que quando as pessoas nos magoam passávamos a gostar menos delas e simplesmente íamos embora. Pensei que quando os sapatos da nossa vida nos causavam mau andar, pés inchados, bolhas em todo o lado, que os deixavamos encostados.
Até tu apareceres e ver no teu rosto sempre mais um comboio para o fim d mundo.

As paredes nunca foram tão frias. E as dúvidas espraiam-se pelo quarto arrefecido desde que a insegurança deu lugar à certeza.
Dicotomias! Não sei se te odeio mais do que o que te adoro. Se me culpo mais do que o que descobri.
A pele vai ficando seca e há palavras que não me saiem da cabeça.
Hoje quem treme sou eu, quem chora sou eu, quem te expulsa sou eu.

Há demasiado vazio cá dentro.. mas no fim, se brincasses comigo, eu refilava contigo, tu dizias-me 'Anda cá' e eu ia ...


Serias capaz de retribuir?!
Quanto tempo foi um mês?? Quanto tempo foram quatro?!

7 comentários:

Ana Teixeira disse...

o tempo é o que fazes dele, sejam semanas, meses ou até anos.
os momentos vividos, não se esquecem.
resta saber onde queres coloca-los na "prateleira" das recordações.


beijo best.a

fi. disse...

"Há demasiado vazio cá dentro.. mas no fim, se brincasses comigo, eu refilava contigo, tu dizias-me 'Anda cá' e eu ia ... "

*suspiro*

gosto de te ler mafalda :)
um abracinho grande*

.diana.alves. disse...

Foi o tempo suficiente para te fazer escrever algo tão profundo e tão bonito. Só por isso (embora acredita que haja muito mais), já valeu a pena:)
Um beijinho minha linda*

mim disse...

Tens a mania que escreves... Rais Parta que não consigo ler nada aqui sem ficar com a lágrima no olho...

sabes o que faço quando gosto muito de uns sapatos me apertam os pés? continuo a teimar em usá-los. e por vezes até fico com dores de cabeça...mas gosto tanto deles ;)

enche por favor esse vazio...estou cá e gosto-te até ao infinito*

. disse...

E 'ele' lê-te? Penso sempre isso, a cada linha que nos dás.
A frase final torna-se tão perfeita quando uma menina se encontra demasiado perdida nos contornos d'ele, e só nele.
Beijinho

Anónimo disse...

muito belo texto. queria ser eu o endereço dele. nossos sentimentos se parecessem...
um beijo.

dom noronha

noronha313@yahoo.com.br

Maudlin disse...

Retribuir palavras, gestos, pingas de sentimento. Retribuir amor! É sempre o que a alma em sufoco nos pede, é sempre por isto que o coração berra calado.

Mas no fim aprendemos! Oh como aprendemos. Assim, sabes? Daquele jeitinho...De ficarmos no nosso canto, quietinhas. De fecharmos os olhos e pousarmos o coração ao lado. E quando acordarmos, prometo-te, já terá passado. E no vazio pomos outra vez o tum-tum a ecoar. E não haverá ninguém que não o ouça. Prometo!




Texto lindo e forte.
Beijo enorme*